Introdução

Levante a voz (Por Andrea Piacquadio em pexels.com)
Na UE, o Índice de Igualdade de Género contribui para o acompanhamento dos progressos em matéria de igualdade de género. Este Índice integra vários domínios tais como trabalho, dinheiro, conhecimento, tempo, poder, saúde, violência e desigualdades cruzadas.
A nível europeu, a igualdade de género tem um índice de 67,9 / 100 pontos, aumentando 4,1 pontos desde 2010 e apenas 0,5 pontos desde 2017. Se esta tendência ocorrer, isto significa que a Europa levará 60 anos para atingir a igualdade de género. De forma a contrariar esta tendência, a educação deve desempenhar um papel fundamental.
A educação é um processo ao longo da vida com um papel fundamental no desenvolvimento económico e social. No entanto, em todos os ciclos de educação e formação, homens e mulheres continuam a enfrentar situações de discriminação que podem afetar as suas escolhas pessoais, académicas e profissionais. A superação destas barreiras pode reduzir as desigualdades de género em todas as esferas da vida de uma pessoa.
Assim, as escolas devem fazer um esforço para eliminar a discriminação de género, constituindo uma parte essencial da educação para os direitos humanos, respeito pelos direitos e liberdades individuais e para construir cidadãos ativos.
Através de alguns casos de discriminação de género (e outros tipos de discriminação), os estudantes são convidados a refletir sobre se concordam ou não com certas atitudes, desenvolvendo o seu espírito crítico e a sua capacidade de reagir e mobilizar outros para enfrentarem situações de discriminação.
Objetivos de Aprendizagem
- O estudante compreende que a educação pode ajudar a criar um mundo mais sustentável, equitativo e pacífico.
- O estudante compreende o papel da educação, na capacitação e na garantia da plena participação de todos os géneros.
- O estudante é capaz de sensibilizar para a importância de uma educação de qualidade para todos, de uma abordagem humanista e holística da educação, da ESD e de abordagens afins.
- O estudante é capaz de identificar e falar contra todas as formas de discriminação de género e debater os benefícios do poder de todos os géneros.
- O estudante é capaz de contribuir para facilitar e implementar uma educação de qualidade para todos.
- O estudante é capaz de promover a igualdade de género na educação.
- O estudante é capaz de promover a capacitação dos jovens.
- Competência de colaboração
- Competência de pensamento crítico
- Competência de auto consciencialização
Instruções
Passo 1) Introdução (10 minutos)
- Comece a sessão explicando o âmbito do projeto ou do processo educativo em questão. O ODS 4 refere-se à educação de qualidade - mostre um pequeno vídeo para introduzir o ODS (ver secção de recursos).
A promoção de um ambiente escolar seguro, de inclusão e respeito é importante para a realização de uma educação de qualidade. É da responsabilidade de todos nós contribuir para uma escola de qualidade, sem violência e discriminação, a fim de garantir a segurança e saúde de todos os estudantes e educadores.
Passo 2) Atividade (40 minutos)
Diga aos participantes que devem imaginar que num dos lados da sala há um sinal de menos (-) e que no lado oposto há um sinal de mais (+).
Explique que vai ler algumas afirmações e depois os participantes que discordarem da afirmação devem passar para o lado da sala com o sinal de menos. Aqueles que concordam devem passar para o lado com o sinal de mais. Os participantes devem ficar sempre de um lado, não podem estar no meio.
Leia a primeira afirmação (pode encontrar alguns exemplos na secção Nota para Educadores).
Quando todos estiverem na posição escolhida, peça aos que estão junto às paredes, por sua vez, que expliquem aos outros porque escolheram essa posição. Devem tentar convencer o resto do grupo de que têm razão e, portanto, que os outros se devem juntar a eles.
Pode dar entre 5-8 minutos para fazerem este exercício.
Quando todos tiverem falado, convidar qualquer pessoa que deseje mudar a sua posição para o fazer.
Leia agora uma segunda afirmação e repita o processo.
Uma vez que todas as afirmações tenham sido discutidas, pode avançar para o momento de debriefing e avaliação.
Passo 3) Debriefing e Avaliação (20 minutos)
Pode começar por fazer as seguintes perguntas:
- Como se sentiram durante o exercício?
- Foi difícil escolher uma posição? Porquê?
- Que tipo de argumentos foram utilizados,? Argumentos baseados em factos ou os que apelaram às emoções?
- Quais foram mais eficazes?
- Há alguma comparação entre o que as pessoas fizeram e disseram durante este exercício e a realidade?
- As afirmações são válidas?
- O exercício foi útil?
Estas afirmações estão relacionadas com o ambiente escolar. Contudo, a discriminação pode acontecer noutras situações da vida. Podem dar alguns exemplos? No trabalho, acham que podem enfrentar discriminação? Podem dar alguns exemplos?
- CALL TO ACTION 1
A discriminação em ambiente escolar, infelizmente ocorre em muitas escolas em todo o mundo. Faça alguma investigação sobre alguns casos reais de discriminação de género nas escolas do seu país e crie uma campanha nas redes sociais para chamar a atenção para este problema. Nesta campanha, pode também incluir algumas dicas sobre como os jovens podem reagir quando confrontados com a discriminação. Peça à sua escola que o ajude a divulgar esta campanha em várias escolas.
- CALL TO ACTION 2
Organize um workshop sobre discriminação de género, convidando um perito sobre este tema. Pode procurar uma ONG que trabalhe sobre este tema e/ou um especialista académico. Façam o planeamento deste evento definindo os seus objetivos, o dia e o local, o número de participantes, a lista de materiais necessários, a divulgação dos mesmos e a inscrição dos participantes. Uma vez que o workshop tem um número limitado de participantes, pense numa estratégia para divulgar os resultados deste workshop. Por exemplo, pode escrever notícias sobre este evento e publicá-las no jornal da escola ou através de uma publicação nas redes sociais.
Notas para Educadores
Tempo estimado total: 1 hora e 10 minutos + Call to Action
Preparação
- Tamanho do grupo: 10 a 40 pessoas
- Antes de iniciar a atividade, pode anotar as afirmações no papel de cenário ou no quadro.
Dicas para o facilitador
- De forma a facilitar a participação pode convidar os membros que estejam particularmente silenciosos a exprimir a sua opinião. Da mesma forma, peça a alguém que intervém com demasiada frequência que espere um pouco.
- As afirmações são necessariamente controversas. É importante explicar isto no final da avaliação.
Dependendo do grupo, pode desenvolver a discussão sobre vários pontos:
- Apesar da sua ambiguidade, existe também uma certa verdade nas afirmações. Explique o facto de em toda a comunicação pessoas diferentes compreenderem coisas diferentes na mesma afirmação. É também normal que as pessoas pensem de forma diferente e digam sobre o que pensam. Não há necessariamente uma atitude ou posição certa ou errada. O que é mais importante é conhecer e compreender as razões que motivaram a posição.
- Tente estabelecer as ligações com a realidade da vida quotidiana. Muitas vezes pensamos apenas num dos lados de um problema. Acontece também que por vezes somos chamados a apoiar uma questão, mas nem sempre nos é dada a oportunidade de pensar profundamente sobre a razão pela qual o devemos fazer.
- Pode pedir ao grupo que considere como isto afeta a democracia.
- Até que ponto ouvimos realmente os argumentos de outras pessoas? Até que ponto deixamos bem claros os nossos argumentos? Quanto mais vagos formos, mais nutrimos ambiguidade e corremos o risco de ser mal compreendidos.
- Quão coerentes somos nas nossas opiniões e ideias?
Alguns exemplos de afirmações:
- Face a uma situação de violência psicológica ou física entre colegas (por exemplo, dizer piadas, empurrar, atirar coisas...), gravo a situação no meu telemóvel para mais tarde a denunciar.
- Face a uma situação de violência no namoro, opto por não reagir, porque não sei o que aconteceu.
- Um amigo meu foi vítima de cyberbullying porque ele faz ballet. Decidi afastar-me dele por medo de represálias de outros colegas.
- Um dos colegas de turma tem uma alcunha pejorativo. Como todos o chamam assim e ele parece não se importar, eu também o chamo por essa alcunha.
- Um novo colega cigano entrou na turma. Sei que a família é violenta, por isso decidi manter-me afastado dele.
- Nas aulas de educação física, noto que um dos meus colegas tem marcas de violência. No entanto, se ele não falou sobre isso, é porque não quer, embora eu fique preocupado.
- Numa situação em que preciso de me defender, o uso da violência é necessário.
- Uma colega de escola de 15 anos ficou grávida. Ela decide deixar a escola. Eu acho que ela fez bem porque os nossos colegas estavam sempre a mandar piadas e ela sentia-se triste.
- Uma mulher tem de escolher o curso para frequentar a escola secundária. Embora as suas disciplinas favoritas sejam ciências e matemática, a família diz que ela é muito boa a ensinar. Assim, a jovem decide fazer um curso de humanidades.
Fonte